Filhota,
Ai meu Deus... já passaram quase dois meses, será?!?
Quem me dera conseguir vir cá todas as vezes que me apetece, sempre que há novidades, todas as vezes que me surpreendes ou que me derretes com tanta doçura... quem me dera.
Se fosse possível, mandava telegramas. Sintéticos e muito informativos.
Mas gosto de pensar as coisas, dizê-las para que um dia as possas ler e te possas rever. E, às vezes, acho que duas ou três frases podem parecer muito pouco, para aquilo que me tocou no coração, entendes?
Podia agora contar do Halloween, com a tua vassoura de bruxa e bandolete de aranha. Bruxa mais doce e reguila, não havia.
Podia falar do S. Martinho, em que escondeste as castanhas (felizmente cruas) que trouxeste, debaixo da tua almofada.
Podia falar do teu desejo, inesperado, de teres um bebé na barriga. E das macaquices que fazes com os teus bebés.
Podia falar da tua paixão por desenhar, do teu imitar do mano (a escrever, recortar, colar...).
Hoje falo do fim de semana, dos meus galitos madrugadores. No sábado, um pouco adoentados, acordaram pelas 6h45/7h. Ataque de insanidade dos papás, claro... 6h e quê??? Castigo, dos bons, toda a manhã sem tv, o que dá para muitas coisas giras e outras brincadeiras menos habituais. Domingo, mais que avisados: acordam às 8h e tal. Dou convosco na cozinha, tu apontavas para o relógio, o mano dizia:" Mafalda, vai ser como ontem, a mamã ralha!". E, começaram a cantar pela cozinha, à roda. E lá paravas, em frente ao relógio: "Mano! Ó mano!!!". "Mafalda, se calhar, se dermos mais nove voltas, chega depressa às nove horas!!"
Imperdível a vossa cumplicidade e união, mesmo que seja nas asneiras...!
Beijinhos, filhota
P.s - Continuas a roer as unhas.
P.s. s.- Daqui a uns dias vão ter uma surpresa, vamos ver os "Caricas" e vou-me deliciar com a tua performance...
